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MARETEC - Projectos

BioChangeR

O principal objectivo desta proposta avaliar como alterações na circulação geral da Ria de Aveiro induzem mudanças nos padrões hidrodinâmicos e por sua vez na biogeoquímica da laguna, dando enfâse ao papel do fitoplâncton e dos microfitobentos como principais contributos da produção primária.Este projecto focar-se-á em como o nível da maré, mudanças na frequência e intensidade das sobreelevações de origem meteorológica, mudanças no caudal fluvial e mudanças na configuração da embocadura da Ria de Aveiro afectarão a hidrodinâmica da laguna e consequentemente a quantidade de fitoplâncton e a dimensão das áreas entre marés, o que afectará a distribuição de microalgas, alterando a produtividade primária na laguna. Outro aspecto a estudar é a fixação de carbono pelo fitoplâncton (coluna de água) e pelos microfitobentos (zonas entre marés). De acordo com cenários climáticos recentes (IPCC, 2007), o sul da Europa tornar-se-á mais seco, aumentado a frequência de chuvas torrenciais, o que aumentará o caudal fluvial dos rios que desaguam nos estuários. Assim, processos de erosão e cargas de material particulado aumentarão, levando a uma diminuição da luz disponível para o crescimento do fitoplâncton, afectando a produção primária. A subida do nível do mar e mudanças futuras na configuração da embocadura da Ria de Aveiro, produzirão alterações na circulação geral da laguna, levando a mudanças nas dimensões das zonas intertidais, induzindo alterações nos padrões de estratificação/mistura nos ciclos de maré e nos ciclos maré viva-maré morta. Estas mudanças nas dimensões das zonas intertidais poderão também induzir mudanãs na velocidade da corrente dentro da laguna, o que afectará a distribuição de organismos na coluna de água. O aumento/diminuição das zonas intertidais afectará a distribuição de microalgas benticas e consequentemente a produção primária. Actualmente, a fixação de carbono nas zonas intertidais de um estuário é um tema de grande importância ecológica. As zonas intertidais são colonizadas por microalgas benticas, com taxas de fixação de carbono da ordem das 150 gC/m²ano (Serôdio e Catarino, 2000). Estas comunidades benticas são responsáveis por mais de 50% do carbono retido pelo ecosistema (Kromkamp e Underwood, 1999). Este carbono fixado pelos microfitobentos pode ser resuspendido para a coluna de água, consumido por outros organismos ou pode migrar para camadas de sedimento mais profundas (Middelburg et al., 2000). Assim, esta proposta visa responder às seguintes questões: - Qual o impacto na hidrodinâmica da Ria de Aveiro de futuras alterações climáticas e pressões humanas como a expansão do porto de Aveiro ou dragagens)? - Como é que estas mudanças afectam a entrada de sedimentos finos e de nutrientes na laguna, as trocas com o oceano e as dimensões das áreas intertidais, e consequentemente da produção primária dentro da laguna? - Quanto da produtividade primária é devida à distribuição de fitoplâncton (coluna de água) e de microfitobentos (camada de sedimento)? - Qual o papel da coluna de água e das zonas intertidais como sumidouros de carbono? Por forma a responder a estas questões, esta proposta adopta uma forte componente numérica, que usa um modelo hidrodinâmico e biogeoquímico (Mohid, Leitão et al., 2005, http://www.mohid.com). No âmbito do projecto, será desenvolvido um mdelo para simular a distribuição de microfitobentos, usando uma metodologia análoga à seguida por Mateus (2006) para capturar os processos pelágicos. O uso do modelo numérico será complementado por uma forte componente de campo, cujos dados serão usados na validação dos modelos numéricos e para melhor compreender e caracterizar processos estuarinos. Os dados de campo incluirão variáveis físicas e de biomassa planctónica e de microfitobentos. As taxas de produção primária serão determinadas in-situ, tirando partido de indices de fluorescência de clorofila, para as estimação das taxas de fixação de carbono, para o fitoplâncton (Kromkamp et al., 2008) e para os microfitobentos (Serôdio et al., 2007). As descargas fluviais dos principais rios serão monitorizados (INAG, http://www.snirh.pt), identificando-se as condições extremas de caudal. O projecto adoptará uma perspectiva multidisciplinar, integrando áreas como a hidrologia, hidrodinâmica e biogeoquímica estuarina e modelação numérica, tirando partido das capacidades da equipa de investigação para atingir os objectivos propostos


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